CARGA DE ALGODÃO
No livro O Algodão Ceará: Estrutura Fundiária e Capital Comercial, Ana Cristina Leite explica que a cotonicultura cearense existia, até 1777, como atividade secundária, paralela à pecuária. Mas, ainda nesse ano, o sargento-mor das Ordenanças de Fortaleza, Antônio José Moreira Gomes, foi à serra de Uruburetama para comercializar couros e encontrou alguns pés de algodão plantados perto das moradias. Logo percebeu a excelente qualidade do produto e incentivou os moradores a cultivar em larga escala. A mudança, a partir daí, foi radical.
Conta Ana Cristina no livro (fruto de tese de doutorado na Universidade de São Paulo – USP) que nesse mesmo ano a serra de Uruburetama produziu 78 arrobas de algodão, todas adquiridas por Moreira Gomes e remetidas a Julião Potier, negociante baiano. No ano seguinte, a produção já era de 234 arrobas, também compradas pelo sargento-mor e negociadas com os comerciantes da Bahia. Nessa época, com a criação do gado em declínio, a expansão da produção algodoeira também foi estimulada pela existência de farta mão de obra não mais absorvida pela pecuária.
Dados das exportações locais à época, revelados no livro, mostram o rápido crescimento da atividade, quando passou de 1 700 quilos no ano de 1777 para 277 000 em 1795 (somente em Aracati). “Evidencia-se o crescimento da produção – principalmente em Aracati – depois de 1795, quando outra seca afetou grandemente a produção algodoeira”, afirma a pesquisadora. A partir de 1799, com rentabilidade garantida em função do comércio direto com o exterior, a cotonicultura cearense continuou em ascensão, agora ocupando dezenas de localidades do território cearense.
Gostaria de corrigir um erro quanto à informação dada por vocês sobre esta foto. Este caminhão, assim como a pessoa que está aí, é meu tio Raimundo Silva Sousa. O caminhão era propriedade dele, e ele morava na fazenda do pai, José de Araújo Sousa em São José, Macaóca, município de Quixeramobim, agora, Madalena. Nada aí tem a ver com essa tal Fazenda Capim. Por favor, corrijam ou apaguem a foto do meu tio, que já faleceu.