CAPITÃO ARISTIDES RABELO


Comentário de  (Augusto Cesar) - Meu pensamento é retratar o conceito histórico que forjei sobre ele na minha mente, analisando as participações deles em diferentes períodos da história que os registros possam nos fornecer. É como se se buscasse um pouco da personalidade de uma pessoa que, evidentimente, nunca convivemos, através dos seus atos. Hoje falamos sobre o capitão Aristides Rabelo, amanhã sobre o Coronel João Francisco Barbosa Cordeiro que entre outras coisas, foi quem acolheu na fazenda Sâo Pedro um lote de "Camelos" vindo da Argélia Em 1859, o Governo Imperial (D. Pedro II), mandou uma missão científica ao Ceará para estudar a seca. Uma das alternativas sugeridas pela missão foi a importação de camelos, já que eles suportavam grandes cargas e superavam longas distâncias resistindo a fome e a sede. - 
Foram importados 14 camelos, a metade para Quixeramobim e a outra metade para Sobral. Os destinados à Sobral vieram para Canindé, acredito que por influência do Senador Vicente Alves de Paula Pessoa que era genro do Major Simão Barbosa Cordeiro. Também foram trazidos 4 mouros treinados para dar suporte a empreitada.


Em Canindé os camelos foram levados para Fazenda São Pedro, então pertencente a viuva do Ten. Gen. Simão Barbosa Cordeiro, D. Mariana Francisca de Paula Saraiva Bittencourt (mãe do Major Simão acima mencionado).


Os animais não resistiram, o problema não foi tanto o clima, mas o solo. Enquanto o do deserto onde eles estavam aclimatados era arenoso o daqui é rochoso e feria os cascos dos animais levando-os a morte. Assim o "navio do deserto" foi novamente substituído pelo sagrado jumento, hoje praticamente sem serventia, sem valor econômico e desprezado.
Em tempo: D. Mariana tinha avançada  idade nessa época, e a Fazenda São Pedro era administrada pelo seu filho Cel. João Francisco Barbosa Cordeiro. . Fonte: Augusto Cesar. Fonte: Augusto Cesar


CAPITÃO ARISTIDES RABELO


Canindeense da mais alta respeitabilidade foi o Capitão Aristides Rabelo. A seca de 1915 foi extremamente cruel com o Nordeste , de maneira particular com o Ceará (fielmente retratada no romance "O Quinze" de Rachel de Queiroz). 


Não existia de forma nenhuma a rede de proteção que dispomos hoje em que o governo assegura um mínimo capaz de dar sobrevivência aos desamparados. Naquela época, ao contrário, morria-se por inanição. Uma cidade cosmopolita e santuário como Canindé, recebia em épocas de calamidade, milhares de pessoas de todos os lugares que se somavam aos indigentes aqui existentes. 


O capitão Aristides não era o que se podia chamar de "um homem de posses", mas tinha uma família numerosa e era muito carismático e querido pelos seus e pela sociedade. Solicitou ajuda de parentes em todos os recantos do país e usou dos recursos que dispunha, organizando frentes de serviços para dar condição de vida aos flagelados da seca. Ao final do período, Canindé, que era muito pequena, tinha suas ruas calçadas de pedra tosca (checho rolado do rio). Como se vê, um espírito altruista, que muito fez pelos pobres e pelo município, exemplos edificantes que a história sepultou. Fonte: Augusto Cesar Magalhães.
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