FRADES CAPUCHINHOS



Uma História emocionante de um Frade Capuchinho que No dia 19 de março de 1898, dia comemorativo de São José, Frei Daniel é Ordenado Sacerdote. Frei Daniel Celebrou sua 1ª missa no Santuário de São Francisco das Chagas em Canindé no dia 25 de março de 1898.

Frei Daniel de Samarate (15 de junho de 1876 — 1924) foi um religioso italiano da ordem dos capuchinhos. Assim ele mesmo se apresenta no início do Álbum Missarum (registro de missas) sob o título: "Notanda et memoranda" (coisas a serem anotadas e lembradas): Nasci no dia 15 de junho de 1876 e fui batizado no dia 16 de junho de 1876. No dia 14 de janeiro de 1890 entrei no convento dos capuchinhos no seminário menor de Sovere (Bergamo). No dia 23 de junho de 1891 fui admitido ao noviciado no convento de Lovere e no dia 24 de junho de 1892 no mesmo convento fiz a profissão dos votos simples nas mãos do Revmo. P. Leão de Briosco, meu Mestre.

No convento de Bréscia no dia 2 de julho de 1896 professei solenemente nas mãos do M.R.P. João Antônio de Brescia, Guardião. No mesmo ano, no dia 19 de dezembro, das mãos do Eminentíssimo Cardeal André Ferrari recebeu a tonsura e as quatro Ordens Menores na capela subterrânea dedicada a São Carlos Borromeu na Catedral de Milão. No dia 18 de setembro de 1897 do mesmo Prelado recebia do subdiaconato no Santuário de Rho, Milão.

No dia 8 de agosto de 1898 parti de Milão para o Brasil como missionário apostólico e no dia 30 do mesmo mês cheguei ao Pará, de onde fui destinado a Canindê (Ceará) lá chegando no dia 22 de setembro de 1898. No dia 2 de outubro fui ordenado Diácono por D. Joaquim José Vieira, Bispo do Ceará, no Santuário de São Francisco, Canindé. No dia 19 de março de 1899 fui ordenado Sacerdote pelo mesmo Prelado na Catedral de Fortaleza e celebrei a minha Primeira Missa no dia 25 do mesmo mês no Santuário de S. Francisco em Canindé.

No dia 22 de janeiro de 1900 fui destinado à Colônia de Santo Antônio da Prata (Pará) onde permaneci por quase 14 anos, período no qual fui contagiado pela doença que me obrigou a viver isolado. No dia 31 de janeiro de 1913 deixei a Prata para residir no Anil, São Luís do Maranhão. Em dezembro regressei ao Pará e no dia 27 de abril de 1914 me internei no Retiro São Francisco perto do asilo dos leprosos do Tucunduba.

No início do século - 22 de fevereiro de 1900 - ele é transferido para a Colônia Agrícola de Santo Antônio do Prata, no Pará, como Diretor dos meninos indígenas que habitavam naquele Colégio. A este primeiro e específico trabalho entrega-se com todo o ardor organizando com carinho e inteligência a vida das crianças: o amor de Cristo ferve em suas veias de jovem missionário!...
No entanto, alguns acontecimentos relevantes e muito tristes para a Missão estão se preparando. Acontecerão dentro em breve para pôr à prova o desempenho, a coragem e as virtudes humanas e cristãs de Frei Daniel!...

No dia 13 de março, de fato, nas primeiras horas do amanhecer acontece uma tragédia horripilante: quatro frades, sete freiras também capuchinhas, de duzentos e cinqüenta a trezentos fiéis cristãos são massacrados cruelmente pela fúria homicida de um grupo de índios Guajajaras que não toleravam as normas disciplinares introduzidas pelos missionários e tinham fechado há tempo os olhos à santa novidade do Evangelho. Frei Carlos Roveda de S. Martino Olearo, glorioso Fundador da Missão, venerando Superior Regular em ato, solícito Superior da Colônia do Prata, onde há poucos meses presta seu serviço também o Frei Daniel, não agüenta a dor atroz. Em face dessa hecatombe e dos cadáveres insepultos, horrivelmente deformados pela ação rápida e impiedosa do tempo e das feras, Frei Carlos sofre uma queda física e moral, perdendo irremediavelmente a memória e a capacidade de ação, de modo que toda a administração da Colônia Agrícola de Santo Antônio do Prata recai improvisamente sobre os ombros do jovem missionário Frei Daniel: tem 25 anos de idade!...

Este do Prata é um capítulo muito importante na vida de Frei Daniel. São treze anos ininterruptos de apostolado santo, de realizações sociais que deixam sem fôlego... Tudo isso com uma força que lhe vinha da forte convinção de ter sido enviado pelo Bom Deus em pessoa. Ele, ele mesmo, para anunciar o Evangelho, para ser o pai de todos aqueles colonos, de todos aqueles índios no meio daquelas florestas... Este aspecto da vida de Frei Daniel passou decididamente em segunda linha: preferiu-se pensá-lo hanseniano fechado no horror do Tucunduba, em lugar de missionário entregue a toda atividade... Mas também neste apostolado "aberto" ele demostrou-se grande, excelso e fez bem Frei Camilo Micheli em chamálo no seu livro:Gigante do Prata!... Por 13 anos consecutivos Frei Daníel foi missionário no verdadeiro sentido da palavra e assim nesse impulso, nunca deixou de sê-lo nem sequer entre os muros do Leprosário. 

Por 13 anos consecutivos cuidou dos índios, dos filhos deles, de modo especial. Não temos muita certeza, mas por aquilo que sabemos nos parece poder afirmar que Frei Daniel viveu com os Índios mais do que todos os outros missionários, ao menos continuadamente. Por isso, para celebrar também o "Pai dos Índios" dirigimo-nos mais uma vez ao nosso artista - Rogério Martins - pedindo-lhe que fixasse nas cores também esse aspecto da vida de Frei Daniel. Preferimos deixá-lo livre: o Leitor pode ver o resultado. Frei Daniel é captado como hábil disponível timoneiro que conduz os habitantes da selva para o esplendor da Cruz. É uma "visão" quefaz ecoar antigas profecias e as realiza dentro do contexto exuberante da Natureza incontaminada a ser consagrada a Cristo... Emerge a Cruz - luminosissima - das águas e o barco principal se dirige decididamente em direção àquele clarão intenso que incendeia a floresta e declara fortemente uma Presença. 

O verde acompanha o fluir das águas e é pensado mais como um túnel do que uma parede a céu aberto. É por isso que a Cruz é tão incendescente e não perde absolutamente seu esplendor com o crescer do dia. Frei Daniel é visto como o timoneiro santo e poderoso que transporta almas e corpos. È ele o intermediário indispensável: os índios do outro barco não vão diretamente em direção à Luz; querem ser acompanhados pelo gigante bom que está na proa...
Assim aconteceu por 13 anos consecutivos! ...

"A Deus louvado" por esse serviço santo! ...
Fonte -www.padredanieledasamarate.it/brasil/Daniel
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