GETÚLIO COLARES



Na torre da igreja da Basílica de São Francisco, Getúlio Colares “o sineiro “faz o instrumento dobrar por divesas vezes, inclinando-o e soltando-o em direção ao badalo, e repica uma pancada no bronze para anunciar as festas religiosas em especial a Festa de São Francisco incluindo missas e procissões.
Para que os sinos ressoem em sua plenitude sonora, ecoando com o colorido da polifonia, uma torre deve ter três sinos – o grande, mais grave; o médio, conhecido como meião; e o pequeno, mais agudo. Com o trio, os sineiros podem, em grupo, executar seus dobres e repiques com destreza. Na linguagem falada pelos praticantes, o sino menor marca o ritmo, o médio pergunta e o grande responde. Associações entre séries de badaladas e frases da língua portuguesa são usuais entre sineiros, como onomatopeias, nas chamadas parlendas.
Getúlio Colares Pereira nasceu em Canindé aos 23 de março de 1929; filho de: José Moacir Colares e de Maria Colares.
Iniciou a atividade de SINEIRO, tocando os sinos da Basílica de São Francisco,em 29 de junho de 1944, com 15 anos de idade. Nesta mesma época, Getúlio fazia parte do Acolitato da igreja. Com o passar do tempo, começou a exercer a função de Sacristão da Basílica.
“Frei POLICARPO, vigário da Paróquia, observando o talento e as habilidades de Getúlio, incentivou o mesmo a estudar os vários sons que ecoam os sinos, como por exemplo: emissões de sons festivos “alegria, de tristezas” fúnebres”,bem como os sons das Catedrais de Moscou, Portugal e São João Del Rey. Ao todo, Getúlio toca 55 repiques, dobradas e badaladas.

MOMENTOS MAIS IMPORTANTES DE GETÚLIO COMO SINEIRO:

No término da segunda guerra mundial, em novembro de 1945, o ex-prefeito de Canindé Zuil Vieira convidou para tocar os sinos da Basílica as 8:00 horas da noite para anunciar o fim da 2ª guerra mundial.
Em 29 de Julho de 1946, no primeiro centenário de emancipação do município de Canindé, Getúlio tocou os sinos da Basílica para anunciar a missa pontifical, celebrada pelo arcebispo Dom Antonio Almeida Lustosa. Neste mesmo dia foi inaugurado o primeiro Campo de Aviação de Canindé, localizado na fazenda Sousa, ocasião em que aviões sobrevoaram os céus de Canindé, soltando pétalas de rosas sobre a Praça da Basílica, nesta época o prefeitode Canindé José Bastos Macambira.
Tradição medieval :

O nome do instrumento de bronze que se associa de modo inseparável ao catolicismo ensina o dossiê do Iphan, vem do latim signum, que quer dizer sinal. Forte ou fraco, agudo ou grave, afinado por uma das notas da escala musical, o som dos sinos é produzido pelo badalo, acessível por meio de uma corda manipulada pelo sineiro. Os registros mais remotos sobre toques de sinos em igreja datam do século cinco, por obra do religioso Paolino de Nola, cuja diocese ficava na província de Nápoles, na região italiana da Campânia. Desse local, explicam os estudiosos, deriva a palavra “campana”, sinônimo de sino, e o correlato “campanário”, torre em que ele é instalado.
O catolicismo português codificou a fala dos sinos no século 18, no livro A Linguagem Sineira, editado pelo Cerimonial Seráfico da Ordem Franciscana, com a descrição e o significado de mais de 50 toques. No Brasil, de acordo com o dossiê do Iphan, os primeiros bronzes desembarcaram no século do Descobrimento, conforme atestam documentos sobre a chegada de sinos junto com o bispo dom Pero Sardinha, que assumiu em 1552 a diocese de Salvador. Na colônia, quando a atividade de fundição era exercida somente com autorização da Coroa, os primeiros sinos foram produzidos em 1589 na metalúrgica do português Afonso Sardinha, em terras do atual município paulista de Iperó.
Download

Novo Comentário